Dizia um sábio Pessoa
que navegar é preciso,
que viver não é preciso.
Dizia esse tal Pessoa
que seja lá o que for,
o poeta sabe muito bem.
O Pessoa disse verdade,
e o Buarque disse mentira.
Um vestiu palavra,
outro despiu frase.
A palavra ficou esperta
e a frase ficou sincera.
Outro ainda inventou que inventou
e nasceu Julinho de Adelaide,
o homem que descobriu
os segredos da verdade
e fez palavra vestida
do mais belo paletó.
Inventou que inventou
e nunca descobriram
que nunca será
que será que será
o que lhe disseram
que nunca será.
Acreditamos
que mentira é verdade,
e os sonhos nunca morrem,
que os jovens nunca crescem,
e que ser adulto é passageiro,
Afinal, a vida sempre vence!