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Sexta-feira, Junho 30, 2006

Pedras no caminho


Areia e espuma

O final de todas as coisas
tem um gosto de desagrado,
talvez por ser no final
que lembramos do começo

Por isso, é preciso saber
que as pedras mais pesadas
estão no início
e que
entre o fim e o começo
há um costume
de se levar em frente

No final,
estamos acostumados
e já sabemos o que fazer,
porém,
ficam as pedras leves
e os homens fracos

Há um costume também
de fraquejar
quando fácil ficam as coisas,
quando fácil temos,
e fácil, assim, perdemos

A dificuldade traz a força
e o costume de não ter costume,
não se é fraco quando está difícil,
se é o que precisa estar,
porque sabe que,
o que quer que seja,
vai passar.

Augusto Outono, 1993

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/30/2006 10:38:00 PM
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Quarta-feira, Junho 07, 2006

É, existe!


2 em 1

Existe um pouco de peso no jogar de um livro
E um pouco de cinza no revirar de papéis

Muita dor e paciência para falar de problemas
e raiva e, ainda, pressa demais para resolver

Existe sempre um canto para o consolo do fraco
e para o forte também existe um canto, outro, sim

Mas o forte escuta o canto
e nele não se afugenta

No brincar tem sempre um amarelo e uma paz
mesmo no brincar de guerra tem uma paz

Na existência tem sempre um sorriso e uma carranca
E ambos carregam a pedra de ter que fazer alguma coisa

Para a existência, mesmo dormir é um feito
E deve ser feito com responsabilidade

Ah! e para o sempre tem uma responsabilidade,
pesada é claro e mais que a pedra,
mas mesmo pesada, não carrega culpa e pronto.

Inspirado no lirismo de Manuel de Barros,
no sarcasmo de Alberto Caieiro
e na minha vida, porque existo sim.

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/07/2006 10:37:00 PM
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Segunda-feira, Junho 05, 2006

Nossa hora

Nossa hora
Nossa hora

Chegou a hora!

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/05/2006 04:26:00 PM
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Postulados

A luz de casa e o milagre
A luz de casa faz milagre (2005)

É certo que para toda incerteza há uma dúvida e uma certeza, a certeza que faça da incerteza o que ela é.

Para toda a humanidade há alguma ignorância e alguma tolerância, sempre. Hora pois, ainda existimos.

E, finalmente, para toda arte, algum absurdo, que faça da arte, arte.

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/05/2006 12:33:00 AM
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Quinta-feira, Junho 01, 2006

Idílio


Janela da Alma II (2006)

Ah! se mais nos preocupássemos com menos e - quem dera - fossem os sonhos verdades diárias, teríamos um mundo pintado de luz, regado de orvalho todas as manhãs e com flores para alimentar os sonhos. Afinal, sonhar é importante, mas alimentar os sonhos é fundamental.

Se o orvalho é integrante das manhãs e as primeiras pinceladas já temos, falta pouco para concluirmos a obra da humanidade. Obra essa de luz, servida à poesia e embriagada do mais belo mundo idílico, como em um pôr-do-sol onde prevalece o devaneio das verdades infantis.

É claro! Os mansos herdarão a terra.

Sobre a obra de Lair Bernardoni

Colaboração: Guilherme Meneghelli
6/01/2006 12:41:00 AM
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