Fotografolho - Verena Meneghelli
Quanto tempo sopra e a vida passa
A manipulação de fotos é como a paixão, pode ser divertido e perigoso. No fotojornalismo, temos uma linha tênue, a fotografia é muito próxima do resultado final, pois há aí um compromisso de informação, teoricamente, por isso temos uma quebra brusca quando viramos as páginas de uma revista e nos deparamos com um anúncio da AVON por exemplo. Fotos superproduzidas e com horas de pós-produção.
Eu trato e manipulo, divido... pra mim são duas coisas diferentes, quando há sobreposição de camadas, interferência de uma outra foto naquela, entrada ou saída de objetos, penso como manipulação. Não trato a manipulação como uma coisa perversa, já tratei dessa maneira, mas hoje, assim como meu olhar é tendencioso e a imparcialidade é uma palavra intangível, dá muito que na mesma. É claro, a perversão pode ser feita num contraluz malvado ou numa manipulação digital malvada.
Acho que estamos tratando de um discussão plasmática, não vejo limites entre as coisas. O que há é o tosco e o bem feito, uma manipulação bem feita passa por perfeita. O olhar, a tendência, é inerente, seja filme, Leica, Canon, digital, Cartier-Bresson ou Christopher Gilbert (meio que um pai da manipulação digital).
A verdade é só uma interpretação, mais um ponto de vista, existem tantos.
A única entidade que respeito - e por causa do conhecimento dela que vivo bem dentro do universo sem divisões - é a Ética, uma reflexão constante sobre as faculdades morais, enfim, tudo acaba passando por aqui.
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