Vejo um país de história pisada, mal contada e maltratada, país de um povo que trabalha, que faz da vida coração, povo trabalhador tido como malandro e vagabundo, país de baixa estima, que move montanhas, mas é visto carregando carroças.
Vejo um país esperança, de João e Maria que criam suas crianças para carregar uma cruz plantada em nossa história. Brasil, um feijão com arroz temperado, mas com a vida em cozimento ainda. Queremos plantar novos frutos, ver uma nova estação para que nossas crianças não sejam futuras peregrinas em busca de chão e educação.
Para mudar, começo mostrando a cara da mudança, um pequeno esboço da cara de um povo. Povo velho, povo novo, povo que quer mudar, que quer melhorar, quer construir, quer plantar.
Estas fotografias são o mais sincero testemunho de minha consciência. São algumas imagens coletadas por minha alma desnuda.
As fotos retratam histórias de camponeses com suas terras da reforma agrária, retratam a face de um sonho de quem ainda luta por ela. Também são fotos relatos de uma realidade transformada em um povo excluído, que mostra que tem quem os vê e os faz sorrir.
São estes sorrisos infantis, sorrisos de sonhos, que me fazem ver a mudança. São sorrisos plantados hoje, em nossas ações-sementes, na terra do futuro, para os campos do amanhã.